Com a morte de Tonico Lista, em 1922,
três grupos políticos confrontaram-se dentro do PRP pelo espólio do líder, um
liderado por Pedro Camarinha, outro por Ozorio Bueno, ambos ditos
situacionistas, e o terceiro, os oposicionistas comandos pelos advogados
Ataliba Pereira Vianna e Pedro Soares de Sampaio Dória.
Leônidas pacificou os
situacionistas, sobrepondo-se aos disputantes Ozorio Bueno e Pedro Camarinha,
para tornar-se o chefe em 1923, comungando com os rivais Vianna e Sampaio
Doria.
Constrangido, o
engenheiro agrônomo Julio Lucante, prefeito excepcionalmente nomeado para o
lugar de Tonico Lista, reconheceu líder o Amaral Vieira:
"Não quero fazer jus, por excepcional dedicação à achincalhamento e deboche da parte do chefe. Escrevo-lhe esta para dar satisfação aos amigos e a minha consciencia, e o prefeito querendo quanto antes assumir será favor. Sem mais, etc. 'a' Julio Lucantte." (A Cidade, 28/03/1926 – da Carta de Lucantte de 09/05/1923, ao então Major Leônidas do Amaral Vieira).
Apesar da deferência, Leônidas optou
aguardar as eleições de 1923, ciente da força política do partido municipalista
– já desfeito, porém mantendo-se perrepista com identidade própria
oposicionista, representado por Ataliba Pereira Vianna e Pedro Soares de
Sampaio Dória, mais o coronel Arlindo Crescêncio Piedade, vistos como os
responsáveis pela eliminação física de Tonico Lista.
A prudência recomendava ao Vieira aguardar os passos do secretário de justiça e segurança pública, dr. Francisco Cardoso Ribeiro.
2. Câmara eleita em 1922
No pleito municipal de 1922 foram eleitos vereadores para o mandato 1923/1926, Agenor Soares Camargo, Ataliba Pereira Vianna, coronel Albino Alves Garcia, coronel José Eugenio Ferreira, dr. Julio Lucante, Luiz Besana, Ozorio [Osório] Bueno e Pedro Soares de Sampaio Doria. Luiz Antonio de Souza ocupou a secretaria da casa.
Uma câmara confusa sob a presidência de Pedro Soares de Sampaio Dória; Agenor Soares de Camargo, vice-presidente; Ozorio Bueno prefeito e o Julio Lucante o vice (Câmara Municipal, Livro Ata, 15/01/1923).
O coronel Albino Alves Garcia, em outubro de 1923 resignou-se do cargo, substituído pelo suplente compromissado Cornelio Campbell. Ainda no mesmo ano exoneraram-se Agenor Soares Camargo, Luiz Besana e Julio Lucante, substituídos pelos novos eleitos e diplomados, Eduardo Fernandes Negrão, Levino Lobo, Francisco Martins da Costa e Pedro Cesar Sampaio. Campbell retornou à suplência.
No ano de 1924, numa nova composição da mesa, e o Pedro Soares de Sampaio Doria manteve a presidência; Livino Lobo como vice-presidente; o médico Pedro Cesar Sampaio escolhido prefeito, e Francisco Martins da Costa o vice (A Cidade, 25/01/1924: 1).
As facções digladiavam-se pelo poder, e já não havia a mão forte do secretário Cardoso Ribeiro, satisfeita sua vingança com a eliminação de Lista.
Ainda não era momento ideal para Leônidas do Amaral Vieira, surgir líder, e então procurava aproximação maior com o coronel político Ataliba Leonel, vitorioso na 'Guerra dos Coronéis', em Palmital, no final de 1922.
3. Leônidas, um nome forte 'Revolução de 1924'
No ano de 1924 Santa Cruz se viu assolada pelos acontecimentos da Revolução de 1924, com a presença do tenente revolucionário Orestes Corrêa de Castro que entre outras "Assaltou a Collectoria federal em Santa Cruz do Rio Pardo, onde extorquiu da Camara a importancia de vinte contos de réis." (O Estado de S. Paulo, edição de 02/01/1925).
A Revolução de 1924 teve início a 5 de julho, em São Paulo, no governo Carlos de Campos.
Relatório Geral da Polícia de São Paulo/Comissão de Inquérito (Movimento Subversivo de Julho, 1925: 241) informa que Orestes saqueou 4 contos de réis da Coletoria Federal, e "compelliu o prefeito a entregar-lhe a importância de 20 contos de réis", ocupando o cargo de prefeito, na época, dr. Pedro Cesar Sampaio.
Também em 1924 a presença de João Cabanas, um dos líderes da revolução, que em Santa Cruz "requisitou 1:200$000 existentes na Agencia da Sorocabana" (Movimento Subversivo de Julho, 1925: 241), prendeu o cunhado do chefe da estação pedindo mais dinheiro, que lhe foi entregue quase ao anoitecer, e ainda fazendo prisioneiros as autoridades santa-cruzenses, o promotor público dr. Viriato Carneiro Lopes; o delegado de polícia dr. Athos Ribeiro, e o prefeito, como líder político presente, dr. Pedro Cesar Sampaio (SatoPrado, Santa Cruz Memórias (...), Revoluçãode 1924).
O major Leônidas do Amaral Vieira
encontrava-se em Itapetininga servindo o Batalhão de Ataliba Leonel, como
comandante, ao lado do dr. Pedro Camarinha, nas frentes de batalhas contra os
insurrecionados, unindo-se aos batalhões coordenados por Washington Luis e
Fernando Prestes, para a criação da Coluna Sul.
A intrepidez do 'Batalhão Ataliba Leonel' contra os inimigos, trouxe para o então senador Ataliba Leonel a distinção de 'General', num ato nada oficial promovido por Washington Luis.
O gesto de Washington Luiz, recém ausentado do governo paulista, recebeu mordaz crítica de Assis Chateaubriand: "Porque a verdade é que o dr. Washington Luiz dando motivo que falar de si, delle comtudo so se conhece, durante a revolução, um acto de coragem: o haver feito general o sr. Ataliba Leonel." (O Jornal, RJ, 08/08/1925: 1).
A 'cerimonia' aconteceu na apresentação do 'Batalhão Ataliba Leonel', em 1924, em Itapetininga:
"Foi então que o sr. Dr. Washington Luis, com toda a solenidade, na presença do Coronel Franco Ferreira, dos Chefes da Reação e de numerosas pessoas – colocou simbolicante no senador Ataliba Leonel, que estava fardado, umas estrelas de 'general'. Era simplesmente uma cerimônia cívica – e com mera formalidade, nas circunstâncias em que se deu, encheu de entusiasmo os legionários da Reação." (Correio Paulistano, 18/08/1924: 2).
Ataliba levou a sério 'sua condecoração', tornou-se conhecido e acatado como 'General', para virar Leônidas do Amaral Vieira o seu homem forte regional no Médio Paranapanema.
4. Duas prefeituras - duas câmaras
Final de 1924 o legislativo local não se entendia, com reflexos no executivo, e os vereadores divididos para a eleição anual da nova mesa e escolha do prefeito e vice, formando dois grupos adversos, o primeiro comandado por Ataliba Pereira Vianna e Pedro Soares de Sampaio Doria, seguidos por José Eugenio Ferreira e Levino Lobo; o segundo conduzido por Ozorio Bueno e Pedro Cesar Sampaio, acompanhados pelos edis Eduardo Fernandes Negrão e Francisco Martins da Costa.
De praxe e obrigação, Sampaio Doria, como presidente do legislativo (15/01/1924 a 14/01/1925) convocou os vereadores e o prefeito para a sessão do dia 15/01/1925.
Na ocasião seriam apresentadas as prestações de contas da prefeitura e câmara, referentes ao exercício findo, e os atos administrativos no exercício.
Estampou-se a crise, com o não comparecimento do grupo liderado por Ozório Bueno e Pedro Cesar Sampaio, e o secretário Luiz Antonio de Souza também se fez ausente, deixando as gavetas das escrivaninhas trancadas e os livros desaparecidos.
Os comparecidos lavraram:
"No dia 15 de janeiro, ás 11 horas, na fórma das leis vigentes, sob a presidência do dr. Pedro S. de Sampaio Doria, compareceram no edifício do Paço Municipal, os vereadores dr. Ataliba Vianna, Coronel José Eugenio Ferreira e Livino Lobo para procederem á eleições da Prefeitura e mesa da Camara. Não estando presente o secretario desta, que ali deveria encontrar-se, depois de o procurar, constatando que o mesmo desapparecera levando consigo o livro destinado á actas das sessões, para servir a elementos que ameaçavam perturbar a ordem dos trabalhos, o dr. Sampaio Doria, presidente da Camara, mandou se procedesse ao arrombamento das gavetas em que se deveria encontrar o livro, na presença do dr. Athos Ribeiro, delegado de policia, conforme tudo constou de um auto assignado por este, vereadores e pessoas presentes, em grande numero. Apezar da publicidade com que tudo isso se fez, pois até aspectos photographicos foram apanhados dos vereadores presentes, os reveis que eram o medico dr. Pedro Cesar Sampaio, prefeito do exercicio anterior; coronel Ozorio Bueno, Eduardo Negrão e Francisco Martins da Costa não appareceram, Para melhor constatar o local em que a sessão se realizava, mandou o presidente se lavrasse a acta no livro de 'Ponto dos funccionarios', por ser de uso diario da Camara e da Prefeitura. Verificando a falta de numero para sessão, mandou o presidente convocar os suplentes de vereadores para o dia imediato, ás mesmas horas, no mesmo local." (Transcrição: O Combate, 13/02/1925: 4 - transcrição).
Mas os ausentados igualmente teriam se reunido no recinto com o mesmo objetivo, de acordo com registro:
"Aos quinze de janeiro de mil novecentos e vinte e cinco, pelas onse horas da manhã nesta cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, Estado de São Paulo, no Paço Municipal e Sala das sessões, sob a presidência do Coronel Osorio Bueno, vereador mais votado por não haverem comparecido o Dr. Pedro S. de Sampaio Doria e Levino Lobo, respectivamente presidente e Vice-presidente, comigo secretario de seu cargo abaixo nomeado, pelo presidente foi ordenado que se fizesse a chamada destes Vereadores, tendo respondido o mesmo o Dr. Pedro Cesar Sampaio, Eduardo Fernandes Negrão, Francisco Martins da Costa; deixando de comparecer sem causa, participada os Vereadores Drs. Ataliba Pereiras Vianna, Pedro S. de Sampaio Doria, José Eugenio Ferreira e Levino Lobo. Pediu a palavra o Vereador Francisco Martins da Costa e disse que protestava contra os Vereadores que não compareceram procurando desse modo embaraçar a administração do Municipio. Pelo presidente foi dito que havendo numero legal para se proceder a eleição da mesa, e na forma do regimento mandou que se convocasse os suplentes nas respectivas ordens de votação, assim como se oficiasse os Vereadores faltosos para comparecerem a sessão extraordinaria que convocava para amanhã ás dez horas no logar de costume." (Câmara, Livro Ata, 1923/1926).
Uma das partes mentia, pois ambos os grupos não poderiam estar no recinto da câmara nas mesmas data e horas anunciadas, e aos seguidores de Sampaio Doria não se sustentou o delegado de polícia, Athos Ribeiro, cercando o paço municipal com força policial, no dia 16 de janeiro, não lhes permitindo a entrada no edifício, todavia liberando acesso aos correligionários de Osorio Bueno, restando aos impedidos reunirem-se no salão nobre do fórum.
Ausente o 1º juiz de paz, os advogados vereadores Pedro Soares de Sampaio Doria e Ataliba Pereira Vianna requereram e conseguiram ordem de 'habeas corpus', expedida pelo 2º juiz de paz, em exercício, aos 19 de janeiro de 1925.
O delegado Athos, no entanto, retardou o cumprimento da ordem judicial, dando tempo que o grupo adversário 'encontrasse' os ausentes, juiz de direito e o 1º juiz de paz, tendo este emitido outra ordem de 'habeas corpus', na noite de 20 de janeiro de 1925, colidindo com a decisão anterior.
Na espera das consultas de costume quanto às legalidades e prevalências de atos judiciais, por algum tempo Santa Cruz teve dualidade de prefeituras e de mesas administrativas da câmara.
Sem nenhum registro oficial localizado, Ataliba Leonel teria agido na pacificação política santa-cruzense, através de Leônidas do Amaral Vieira, prevalecendo sobre o grupo do coronel Osorio Bueno e dr. Pedro Cesar Sampaio, acrescido dos suplentes compromissados, Cornelio Campbell e Carlos Rios.
Aos 18 de maio de 1925, a Câmara guiada pelo Coronel Osorio declarou, em sessão extraordinária, perda de mandato dos vereadores liderados por Sampaio Doria, e a história prosseguiu sua oficialidade, com os desaparecimentos dos livros e documentos do grupo perdedor.
Desaparecidos, também, o Livro das Leis e das Prestações de Contas da Prefeitura, exercício 1924, sob responsabilidade do então prefeito Pedro Cesar Sampaio (Livro Municipal das Leis Ordinárias - exercício 1924), mantendo-se, todavia, o livro de atas.
5. Leônidas, o fraudador de eleições
As dificuldades políticas de Santa Cruz propiciaram a escalada de Leônidas do Amaral Vieira e a intervenção de Ataliba Leonel no diretório perrepista santa-cruzense. O chefe político seria, sem discussões, o Vieira.
Dinâmico e populista junto à população, o novo chefe revelava sua faceta intolerante com companheiros ou rivais que o questionassem, ou, simplesmente ousavam opiniões próprias ou diferentes das suas.
Pedro Soares de Sampaio Doria e Ataliba Pereira Vianna deixaram o município, e o coronel Arlindo Crescêncio Piedade defenestrado da liderança de qualquer facção partidária.
Vianna ainda continuaria na militância política, por algum tempo, vinculado ao Partido Democrático, e, em 1927 ainda tentaria se bater com o Amaral Vieira em Santa Cruz.
As eleições municipais foram antecipadas para 1925, com posse em 15 de janeiro de 1926, sendo eleitos ele, Leônidas do Amaral Vieira, e mais os correligionários Pedro Camarinha, Pedro Cesar Sampaio, Francisco Martins da Costa, Antonio Alóe, Francisco de Paula Assis, Jarbas Bueno e Carlos Rios (Câmara, Livro Ata, 1926).
Pedro Camarinha, por indicação de Amaral Vieira e aprovação camarária, tornou-se prefeito entre 1926/1927, enquanto o próprio Vieira a 02 de junho de 1926 assumia o 'Comando dos Legionários' - força paramilitar - do 'Batalhão Ataliba Leonel', sediado em Botucatu, que em Santa Cruz do Rio Pardo funcionava como 'Corpo da Polícia Militar', cujos integrantes agiam de maneira ostensiva e não poupavam os adversários do 'prestigioso chefe', submetendo-os a constrangimentos, no mesmo perfil do velho coronelismo.
Notório fato ocorreu, por exemplo, às vésperas das eleições de 24 de fevereiro de 1927, praticado pelos soldados em nome do 'Batalhão Ataliba Leonel' contra o advogado Ataliba Pereira Vianna, que se encontrava em Santa Cruz, na praça da República [atual Deputado Leônidas Camarinha] em companhia de Octávio Pinto Ferraz - fiscal do Partido Democrático, a serviço do dr. José Adriano Marrey Junior, candidato a deputado, adversário do situacionista e chefe local, Leônidas do Amaral Vieira.
O subdelegado Ângelo Frazzio, acompanhando de soldados armados, fez sentir ao advogado Ataliba Vianna que tinha ordens expressas do delegado em exercício, dr. Aristides Pinheiro de Albuquerque, para revistá-lo se portava arma proibida, tido ato abusivo perante o visitante, e nenhuma arma foi encontrada.
Após a vexação, assim considerada, e ciente o Vianna que poderia ser novamente revistado em qualquer lugar, e preso se oferecesse oposição à medida policial, impetrou 'habeas-corpus', negado pelo juiz de direito, dr. Guilherme Augusto de Oliveira, aos 02 de março de 1927: "A vista da informação, pois, do dr. delegado de policia, julgo prejudicado o pedido." (A Cidade, 06/03/1927: 1-2).
O delegado informara que a revista individual se aplicava a todos os cidadãos, e que dr. Vianna: "(...) andando habitualmente armado, e não merecendo deferencia alguma, para exhimir-se da medida posta em pratica, por ser máo elemento social, bulhento e trefego, trazendo, com as intrigas, toda a cidade inimisada." (A Cidade, 06/03/1927: 1-2).
Ataliba não se emudeceu, denunciando que Amaral Vieira implantara regime de terrorismo oficial em Santa Cruz:
"Disso não fazem mysterio os seus sectarios, que descansam as suas esperanças nas dezenas de baionetas à disposição do seu chefe. Argumento de indiscutivel valia... Ainda, ha tres dias, o Tenente da Força Publica [de Santa Cruz], instructor daquelle Batalhão [Ataliba Leonel], seguidos dos de nome Diogo Sampaio e Basilio Maciel e uma praça do destacamento local, violou o domicilio do cidadão Francisco Pinheiro dos Santos e o aggrediu, como bom legalista, – sob pretexto de que o mesmo era revolucionário porque tinha em sua casa uma photographia do General Isidoro. O impetrante continúa ameaçado de - ser novamente, revistado e preso se offerecer opposição à medida policial." (A Cidade, 06/03/1927: 1-2, noticiário Ataliba Vianna, 'Habeas Corpus denegado').
Destemido, Vianna viria, ainda, denunciar fraudes nas eleições de 24 de fevereiro de 1927, por determinação de Vieira, exemplificando ocorrências na 2ª seção eleitoral de Santa Cruz do Rio Pardo, onde constou votos de ausentes, falecidos e duplicados' cujas assinaturas de presenças assinadas por Antonio Alóe, com consentimento dos mesários, além do desprezo de cédulas de votantes no concorrente a deputado federal, dr. José Adriano Marrey Junior (Diario Nacional, 30/10/1927: 2-3).
A denúncia foi aceita pelo juiz de direito (Diário Nacional, 30/10/1927: 2-3), e foram processados e condenados: Luis Octavio de Souza, funcionário público municipal; Deoclides dos Santos Marques, serventuário da justiça; Avelino Alcântara de Oliveira Borges, profissão ignorada; Jarbas Bueno, lavrador; e Antonio Alóe, comerciante.
Com os tantos recursos, o Supremo Tribunal Federal, enfim, manteve a condenação, contudo, os apenados, atingidos pela anistia aos crimes eleitorais cometidos até 24 de outubro de 1930, nos termos do Decreto Federal nº 20.588 de 23/10/1931.
Leônidas do Amaral Vieira assumiu a Prefeitura em 1928 e a repassou ao capitão Avelino Hermes Taveiros período de 1929/1930 (O Combate, 13-02-1925: 4), posto eleito para a Assembleia Legislativa (ALESP, legislatura 1928/1930).
Com o feito, Leônidas se projetava para objetivos maiores.
6. Nome atuante nas 'Revoluções' de 1930 e 1932
Na eleição presidencial de 1º de março de 1930, Leônidas juntamente com Ataliba Leonel optou pela candidatura do paulista Julio Prestes, seguindo o Presidente Washington Luís.
Washington Luiz rompeu a política do 'café-com-leite' que alternava a presidência da república entre São Paulo e Minas Gerais, ao não indicar o mineiro Antonio Carlos Ribeiro de Andrade para sucessor.
O preterido e os inconformados lançaram a candidatura de Getúlio Vargas, que conquistou 742.794 votos em todo o país, mas perdeu para Julio Prestes, com 1.091.709 eleitores, gerando insatisfação dos derrotados e, com isso, o espocar da Revolução de 1930, que depôs Washington Luiz, impediu a posse de Julio Prestes para conduzir Vargas ao poder.
Os paulistas, juntamente com os legalistas de primeira ordem, perderam a Revolução de 1930, e a chegada de Getúlio ao poder colocou fim às aspirações de Ataliba Leonel, o ícone da Revolução Paulista de 1930, escolhido pelo PRP para o Governo de São Paulo, enquanto o Deputado Leônidas do Amaral Vieira já sugerido para sucessão, quando Ataliba buscasse a presidência do país.
Decepcionado, Leônidas viu-se "affastado da política por effeitos da revolução" (A Cidade, 05/07/1931: 1), preso político com outros santa-cruzenses (Correio Paulistano, 07/11/1934: 1), destacados os irmãos Pedro e Leônidas Camarinha, e José Rachid de Queiroz.
O semanário 'A Cidade', edição de 03 de julho de 1932, discorreu sobre o jogo político da época e o caráter do Leônidas: "O Major Leônidas Vieira jámais sujeitou a essas regras que, por muito praticas que sejam, não poderão contar a approvação da moral comum. Ninguem se avantajará a elle na fidelidade das opiniões."
Na visão do hebdomadário, Leônidas decepcionado, abandonara a política e não mais participaria de nenhuma eleição, e a família dos Camarinha assumiria a liderança política local, na abertura Vargas.
Não foi assim.
10.7. Fustigando autoridades e o fim de Leônidas
Leônidas do Amaral Vieira continuou ativo na política local, como chefe partidário de oposição ao prefeito nomeado dr. Abelardo Pinheiro Guimarães, além de partícipe na Revolução de 1932.
Derrotado nas revoluções de 1930 e 1932, Leônidas esteve duas vezes recolhido prisioneiro "como um dos membros proeminentes das forças constitucionalistas". (Jornal de Notícias, 04/12/1949: 5).
Leônidas acossou, politicamente) e por motivos pessoais, o juiz da comarca, dr. Eugênio Fortes Coelho, que o teria chamado de ladrão.
Numa carta aberta o juiz, superior hierárquico do serventuário e depois solicitador no fórum, Amaral Vieira, aclarou:
A acusação era consistente; Amaral Vieira estava envolvido em desvios de recursos públicos e à frente de um grupo lesionador do erário."Devo, agora, declarar que esse caso não passa de mais uma intriga em que venho sendo envolvido. É verdade que li o relatorio, apresentado ao dr. Prefeito Municipal, pelo perito que aqui esteve para examinar a escrita da municipalidade e que vi bilhetes assinados pelo solicitador Leônidas Vieira, com os quaes foram retiradas dos cofres da Prefeitura, vultuosas importancias, tendo verificado, igualmente, uma certidão do Tesouro do Estado, pela qual se constata, ter o mencionado solicitador recebido, para obras municipaes, a importancia aproximadamente de duzentos contos, sem que conste, da escrita da Camara, a entrada desse dinheiro." (O Trabalho, 28/02/1932: 2).